quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Papo de Bola: E chamam isto de profissionalismo

Adílson Dutra reflete sobre a organização do Campeonato Estadual   
Minha gente, é possível chamar o Estadual do Rio de Janeiro, conhecido como Campeonato Carioca de Futebol, o “mais charmoso do Brasil”, de futebol profissional? Impossível, principalmente depois que vi o balanço, feito pela turma do GuiaFut, na noite desta segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012.

Não quero acreditar no que leio, mas como sou assíduo diante da tevê e ouvinte de todos os dias dos queixumes dos dirigentes dos menores deste nosso interior, estou fadado a pensar que tudo o que li é a mais pura realidade, é mesmo um absurdo o descaso do pessoal da Ferj para com o nosso futebol.

Não podemos ter este imenso número de participantes, dezesseis na primeira divisão, vinte e um na segunda e outros vinte na terceira, que além de inchar o campeonato faz com que prejuízos homéricos aconteçam todas as quartas, sábados e domingos.

Veja só o público do final de semana, na primeira divisão, que chamamos de elite do Rio, o maior deles foi no Engenhão, no clássico de duas torcidas gigantes, Vasco x Fluminense, que foi assistido por dez mil e quinhentos torcedores, que em outras épocas seria o público de Americano e Friburguense, no Godofredo Cruz, que neste sábado foi visto, in loco, por trezentos e cinquenta e nove pagantes.

Pode um clube botar um time em campo para ser visto por apenas vinte e quatro pagantes? Nem mesmo lá na minha Miracema, em jogos do Operário x Associação, não nos bons tempos, mas recentemente, teríamos este ridículo número de pagantes.

Prá fechar o papo, que já deve estar torrando a paciência do meu leitor/blogueiro, nos sete dos oito jogos deste final de semana tivemos prejuízos acima dos R$ 10 mil reais, chegando ao ridículo de ver, no panorama traçado pelo GuiaFut, de ver Vasco e Fluminense levarem para suas contabilidades um prejú de quase R$ 100 mil e Botafogo x Bonsucesso R$ 43 mil.

Já nem vou falar dos prejuízos dos jogos entre pequenos ou do Americano, que neste sábado acumulou mais R$ 8 mil na sua conta vermelha ou no Olaria e Macaé que irão dividir R$ 14 mil do déficit de seu jogo lá na rua Bariri.

Apenas Flamengo e Nova Iguaçu deu lucro, no jogo de Macaé houve superávit de R$ 50.500,00, que deve ter pago a viagem de avião do clube da Gávea.

Isto é futebol profissional do Rio de Janeiro, que segundo a lenda é o melhor campeonato do mundo. Só lenda, como outras que andam por aí, como a do Saci Pererê, do Boitatá, da Fada Madrinha ou dos Duendes dos americanos do norte.

1 comentários:

Reflexo do descaso da Federação.
Ingressos caro e baixa qualidade do futebol.

Postar um comentário