terça-feira, 12 de junho de 2012

América comemora 30 anos de título histórico


Diabo conquistou há três décadas o Torneio dos Campeões


Esquecido na Segunda Divisão do Campeonato Estadual, onde foi eliminado ainda na primeira fase, o America busca fôlego ao olhar no retrovisor da história para esquecer a agonia. Neste 12 de junho, dia dos namorados, os torcedores rubros lembram com carinho de um tempo em que viviam uma grande lua de mel com o clube. Há exatos 30 anos, o Mecão surpreendia alguns dos principais clubes do país ao conquistar um de seus títulos mais importantes: a Copa dos Campeões.

Foto: Placar/Arquivo

A competição, que acabava às vésperas da Copa do Mundo da Espanha, reunia finalistas do Brasileirão, do Rio-São Paulo e de outras competições. Apesar de ter entrado como convidado, o Diabo superou Atlético Mineiro e Portuguesa, até chegar à decisão, em dois jogos, contra o Guarani. O time, liderado por Eloy, era um dos mais fortes entre os que já vestiram a camisa rubra.

Depois de empatar com o Guarani em 1 a 1 no Brinco de Ouro, os cariocas voltaram a empatar, pelo mesmo placar, no Maracanã, com gol de Moreno. Mas Gilson Gênio marcou na prorrogação, garantindo o título inédito. O metroviário Paulo Bazani, que esteve na decisão, lembra detalhes conquista. “Foi um grande jogo, que terminou depois de meia noite. Chovia muito, mas a lembrança é ótima. Para mim, equivale a um Campeonato Brasileiro. É uma pena que a CBF não reconheça o título e não o pontue no ranking”, afirma.

Recentemente, a diretoria do clube enviou um ofício à CBF revindicando os pontos da competição. Muitos jogadores daquele time continuam próximos ao clube. Auxiliado pelo ex-atacante Moreno, Eloy chegou a assumir interinamente o time profissional no início do ano, na Segundona, antes de ceder o posto a Lucho Nizzo.

Hoje, Nizzo comanda um time de poucas pretensões. Formado basicamente por pratas da casa, o elenco do América pretende fazer uma Copa Rio digna para, se possível, negociar algum jogador e melhorar a situação financeira do clube, que recentemente vendeu o atacante Adriano Michael Jackson e o apoiador Wellington Nem. Negociações que em nada melhoraram a realidade do clube.

O que será do amanhã?

Meses depois daquele mesmo ano, o América conquistaria a Taça Rio, mas não levaria o título estadual. Desde então, a equipe viveu momentos importantes, como o quarto lugar no Campeonato Brasileiro de 1986. Mas, desde então, administrações caóticas e decisões equivocadas têm conduzido o clube ao ostracismo, com brilharecos cada vez mais raros.

Apesar de os americanos da nova geração não serem nascidos naquela época, eles se orgulham do passado vitorioso do clube. “O Torneio dos Campeões é uma das grandezas ocultas do América. A maioria dos meus amigos não eram nascidos em 1982 e eu tenho que explicar o que significou aquele título, mas não me importo. Isso só mostra que o América é um grande clube adormecido”, pondera Pedro Bálaco, de 23 anos.

Para o Gabriel Sawaf, de 16 anos, que acompanha o clube no Paraná, nem mesmo o mais pessimista dos americanos poderia prever uma queda tão intensa. “Não acredito que alguém que estivesse no Maracanã em 1982 poderia imaginar que, 30 anos depois, o clube estaria fora de uma das quatro divisões do Campeonato Brasileiro e eliminado na primeira fase da Segundona”, lamenta.

Com as lembranças de um time vencedor, o América do presente tenta reencontrar o rumo perdido há décadas. Enquanto isto, uma apaixonada torcida sofre com um lindo amor platônico que, por ora, não parece correspondido. 

Campanha

Primeira fase

Cruzeiro 1x1 América 
América 1x1 Grêmio
Atlético Mineiro 0x1 América
América 1x0 Cruzeiro
Grêmio 0x0 América
América 1x1 Atlético Mineiro

Quartas de final

América 1x0 Atlético Mineiro

Semifinal

Portuguesa 1x1 América (1x1 na prorrogação - América 4x3 nos pênaltis)

Decisão

Guarani 1x1 América
América 1x1 Guarani (América 1x0 na prorrogação) - Campeão

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